quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Efémera.

Efêmera - insecto da família dos Efemerídeos com uma esperança média de vida, na fase adulta, inferior a 1 dia.

Os Big Deal, ainda assim, duraram um pouco mais, cerca de 5 anos, o suficiente para nos deixarem um álbum mais ou menos e um bom álbum, "June Gloom", donde saiu este single, "Dream Machines". Sabe bem estas sonoridades quentes quando, finalmente, o Outono chegou.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Qual papel? O papel.

Os suspeitos do costume, os norte-americanos OK Go, têm um novo vídeo. Não interessa se têm um novo single (que por acaso se chama "Obsession", do álbum "Hungry Ghosts"), pois a música é apenas um pretexto para nos deslumbrarem com mais uma façanha estética absolutamente louca.

O vídeo foi realizado pelo vocalista e guitarrista da banda Damian Kulash, Jr. com a colaboração de Yusuke Tanaka.

Reciclaram os papéis. E os toners?

Versões - LXIX

Três versões de três grandes clássicos da música contemporânea, todos eles, à sua maneira, a respeitar solenemente as versões originais:

Comecemos com os Orkestra Obsolete, a prestarem tributo ao eterno "Blue Monday" dos New Order. Foi um trabalho comissionado pela BBC que juntou músicos de diversas áreas e a tocarem apenas instrumentos antigos ou pouco usuais. A homenagem a esta música intemporal ficou bonita.



Outra música fantástica, de uma das bandas mais importantes de sempre: os The Smiths. Esta versão é pouco... versão, visto ser antes a execução ao vivo de "Bigmouth Strikes Again" no Later Live with Jools Holland, mas pela voz do grande Johnny Marr e não do presunçoso (ainda que talentoso) Morrissey.



Por último, a única coisa relativamente decente feita pelos norte-americanos Dope: uma versão rasgadinha do clássico "You Spin Me Round", dos Dead or Alive. O que querem, acho que até em hip-hop gostaria desta música...
O vídeo é constituído por takes de "V for Vendetta", de James McTeigue.

Bjorkest.

Goste-se ou não, um facto é inegável: a Bjork é única e tem um som impossível de imitar. Nem vale a pena tentar fazer algo parecido. Vai de certeza ficar longe.

É editado hoje o novo "Utopia", através da One Little Indian Records, o nono álbum de estúdio da islandesa. Temos já dois vídeos para ilustrar a coisa, também eles muito "bjorkianos". Este "The Gate":



E este "Blissing Me":

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Flashback ao "blonde movement"!

Não, não vamos falar da porca Ciccone.

O que é então o "blonde movement"? Uma designação criada pela imprensa britânica, sempre tão interessada em formatar e estabelecer rótulos, para designar bandas pop e rock da década de 80 que, no essencial, tinham uma coisa em comum: as vocalistas serem louras. Estúpido, como seria de esperar dos tablóides britânicos, mas que agregou ainda assim sobre um mesmo chapéu algumas bandas interessantes a que vale a pena regressar.

Comecemos então pelos The Primitives, uma banda inicialmente patrocinada por Morrissey, atraído certamente pelo som pouco polido e sem compromissos da banda. Infelizmente, o sucesso traz discos, estúdios e produtores, e o som dos The Primitives foi sendo suavizado e maquilhado para agradar às massas. Deixaram-nos, não obstante, algumas boas músicas, caso deste "Crash"



Segunda loura: a bomba sexual e prima donna Wendy James e os seus Transvision Vamp. Praticamente todo o álbum de 1989, "Velveteen", se converteu em singles. Com um som com tiques punk e algo trashy, os Transvision Vamp conquistaram as tabelas e influenciaram muitas bandas power pop que vieram a aparecer já durante os anos 90. Há muito por onde escolher para ilustrar o som e imagem da banda, mas este "Baby I Don't Care" tem uma Wendy em grande forma. Vamos lá.



Mudando de espectro musical, mantemos no entanto a temática: a loura vocalista. Senhores e senhoras, Mrs. Patsy Kensit, a dar voz ao projecto Eighth Wonder. Com um som muito mais contido e pop, a banda é essencialmente reconhecida pelo single de 1988, "I'm Not Scared", escrita a meias com os Pet Shop Boys.



Finalmente, uma coisa híbrida, pois apesar de ter uma loura também havia uma morena. Eram as irmãs Tracey Bryn and Melissa Brooke Belland, filhas de Bruce Belland, dos The Four Preps. Apesar de norte-americanas, as "Voice of the Beehive" foram criadas e tiveram mais sucesso em Inglaterra. Em termos sonoros será a banda menos atractiva, algo a lembrar as "Heart"... Acabemos a volta pelas louras dos 80 com este "Don't Call Me Baby", uma xaropada que teve algum sucesso nas tabelas inglesa, australiana e neo-zelandesa.

Bodas de prata.

Fez recentemente 25 anos que os R.E.M. lançaram o seu oitavo álbum de originais, "Automatic For The People". E se durante grande parte da década de 80 a banda andou longe das vistas do mundo, o single "Stand", do álbum de 1988 "Green", colocou-os a rodar na MTV. O reconhecimento global chegou no entanto com "Out of Time", através da desgastada [pelas rádios] "Losing My Religion", mas também com "Shinny Happy People" ou "Near Wild Heaven"

E em 1992 chegou então a vez de "Automatic For The People", considerado pelos críticos o álbum mais conseguido da banda, tanto para mais feito numa altura contra-a-corrente, mais virada para as guitarras pesadas e o grunge, moda essa que viria notoriamente a afetar o álbum seguinte, "Monster".

Mas fiquemos então com os R.E.M., ou parte deles, e com Anton Corbijn, a abrir o presente de Natal, neste caso uma edição especial a comemorar os 25 anos do lançamento do álbum.



E, claro, uns singles para alegrar o dia. Goste-se ou não, estes ficam na História.



terça-feira, 14 de novembro de 2017

Mioleira com ovos.

O filme chama-se "Kuso" e marca a estreia cinematográfica na realização do músico norte-americano Steven Ellison, mais conhecido como Flying Lotus. Quem já o viu diz que é a grande bizarrice do ano. Como por aqui ainda não tivemos esse privilégio, só nos resta divulgar o trailer e o vídeo que Winston Hacking realizou de "Post Requisite", uma das faixas de Flying Lotus para a banda sonora da película, que também conta com nomes como Aphex Twin, Thundercat e Akira Yamaoka.

Fiquem com os aperitivos para esta caganeira cerebral bem recomendável!




O que é que fizemos.

Ultimamente, por aqui, temos feito pouco. Pedimos desculpa aos nossos espectadores.

Quem tem andado atarefado com disco novo e uma digressão que vai passar por Portugal, no dia 16 de fevereiro, na Aula Magna, são os eternos Orchestral Manoeuvres in the Dark. O disco chama-se "The Punishment of Luxury" e já o ouvimos: não sendo genial, é um disco bem conseguido e não desvirtua o património sonoro da banda. Hoje trazemos o último single a ser editado, "What Have We Done", com um vídeo a publicitar o correcto uso de drones.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Música para uma idade sem milagres.

É o álbum que tem ajudado a suportar a saudade. Talvez por ser estupidamente bonito. Ou talvez porque a melancolia tem apertado.

"Music for the Age of Miracles", o oitavo álbum dos ingleses The Clientele, é um tratado de pop requintada, extremamente delicado e bem suportado pela voz de Alasdair MacLean, coros, cordas e uns sopros bem colocados. Tudo bem feitinho, bem arrumadinho. Não levanta poeira, nem irá inspirar putos a criar bandas de garagem ou vídeos no Youtube. Vai deixar indiferente maior parte dos que ouvirem as canções abaixo e poucos terão pachorra para partirem à descoberta do álbum. Mas que tem sido a melhor terapia nestes últimos dias, disso não há a mais pequena dúvida...

"The Neighbour" e "Everyone You Meet" (vídeo de Paul Kelly) são os singles disponíveis.