sexta-feira, 30 de junho de 2017

Uma mentira aqui, outra ali...

"Lies Are More Flexible" é o nome do décimo álbum de originais dos GusGus. A primeira amostra é este "Featherlight", a faixa que abre o disco. O som dos islandeses continua como se quer: bom e electrónico.

A realização do vídeo esteve a cargo de The Icelandic Love Corporation.

O que é nacional é massa. - VIII

Voltamos a "Marrow", o último trabalho dos portugueses You Can't Win, Charlie Brown, para ver e ouvir o mais recente single, "If I Know You, Like You Know I Do".

O vídeo é de Afonso Cabral.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Sonhos nipónicos.

O nome veio do filme de 1968 "Planet of the Apes", baseado no livro de Pierre Boulle, "La Planète des Singes". Para quem não conhece a história, Cornelius era uma das personagens principais, um chimpanzé arqueólogo e historiador. No que toca a macacadas a história fica por aqui, porque o que interessa mesmo é Keigo Oyamada, o japonês de quarenta e oito anos que se apresenta ao mundo como Cornelius e que, desde 1994, anda a pegar na pop e kitch ocidental e a dar-lhe o tratamento Shibuya-kei, um género musical que nasceu no bairro de Shibuya (Tóquio), em que o corta-e-cola, experimentalismo e mixes marados são os reis da festa.

O resto do mundo descobriu-o em 1997, na obra prima "Fantasma", onde Cornelius cita três "B" como influências maiores: Bach, Burt Bacharach e Brian Wilson, ao mesmo tempo que os enfia numa misturadora com estilos musicais tão diferentes como tropicalismo, rock, electrónica, punk e muzak. "Fantasma" foi um dos discos mais rodados na aparelhagem nesse ano. A cada audição uma nova descoberta sonora, sempre fascinante.

Vinte anos depois e com dois discos pelo meio, "Point" (2001) e "Sensuous" (2006), Cornelius lança hoje um novo disco: "Mellow Waves". Ainda só conhecemos três músicas novas, mas a que nos cativou mais foi o último single, "In a Dream". O vídeo é de groovisions e é uma delícia de animação digital.

Recordamos também dois clássicos, "Drop - Do It Again" de "Point" e a maluqueira sónica que abria "Fantasma": "Mic Check".

Boa viagem!





sexta-feira, 23 de junho de 2017

Fim de semana, sim, por favor, obrigado.

"Dedicated To Bobby Jameson" é o novo álbum Ariel Pink e é editado no dia 15 de setembro. E como já se faz tarde e queremos aproveitar os dois dias que aí vêm, fiquem com o belíssimo "Another Weekend", o primeiro single do novo trabalho do norte-americano. O vídeo é de Grant Singer.

Adeusinho!

Computer says OKNOTOK.

É hoje editado (ou reeditado, como preferirem) um dos álbuns fundamentais do final do século XX. "OK Computer" regressa vinte anos depois, totalmente remasterizado – lados B incluídos – e com três músicas inéditas: "I Promisse", "Man Of War" e "Lift". Duas edições à escolha para este "OK Computer OKNOTOK 1997 – 2017": triplo vinil ou duplo cd.

Os Radiohead a mostrarem como se fez e se estima uma obra prima.


Para promover o lançamento, a banda inglesa voltou a não brincar em serviço e lançou ontem o vídeo de "I Promisse" e hoje o de "Man Of War". O primeiro foi realizado por Michał Marczak e o segundo por Colin Read. Amanhã teremos vídeo para "Lift"?



quarta-feira, 21 de junho de 2017

Saídos da escuridão.

Quem também vai sair da escuridão com um novo álbum são os U.N.K.L.E. "The Road Part 1" é editado a 23 de Junho e conta nas suas fileiras, entre outros, com a colaboração de Keaton Henson, Andre Innes dos Primal Scream, Jon Theodore dos Queens Of The Stone Age e Justin Stanley, que integra a banda de Beck enquanto baterista.

"Looking for the Rain" é um dos temas de apresentação, o qual conta uma vez mais com a colaboração de Mark Lanegan, que já tinha trabalhado com o trio em "Where Did the Night Fall – Another Night Out".

Vamos a ver se da escuridão se fez luz.

Olha quem são eles!

E quem é que vai regressar com um novo álbum? Os senhores Warren Fischer e Casey Spooner!! Festa!

Vamos lá ver o que nos reserva "SIR", a lançar lá para meados de Setembro. Entretanto, fiquemos com o primeiro avanço, este "Have Fun Tonight". Senhoras e senhores: Fischerspooner.

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Versões - LXVIII

Tudo em família: Chrysta Bell, a nova voz/musa de David Lynch, recria o clássico "Falling", canção que ficará para sempre eternizada no universo "Twin Peaks". O original, composto por Angelo Badalamenti e com letra do próprio Lynch, surgiu no álbum "Floating into the Night", disco de estreia de uma tal Julee Cruise. E o resto é história. E da boa!

Esta versão contou com a colaboração do produtor inglês John Fryer (Depeche Mode, Cocteau Twins, This Mortal Coil, Nine Inch Nails, entre outros) e o vídeo é da responsabilidade de Sharif Nakhleh, Tasha Nesbitt e Mike Epple.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Uns incompreendidos!

Os XTC sempre foram, pelo menos para mim, uma daquelas bandas difíceis de compreender. Tinham qualidade, acho que isso é inegável, mas estavam sempre em contra-ritmo às correntes de música vigentes. Veja-se este "Senses Working Overtime", do álbum de 1982, "English Settlement", numa altura em que a synthpop estava em explosão e as tabelas eram lideradas pelos Dexy's Midnight Runners, Yazoo ou The Human League. Isso não invalida que tenha sido Top 10 na tabela de singles inglesa, mas ficou sempre a sensação de que poderiam ter sido e feito muito mais.

Já na altura que surgiram, nos anos 70, o seu som com mistura de progressive pop, art rock ou mesmo ska fugia aos cânones em vigor, marcados pelas bandas de punk e new wave. Não obstante, os XTC ainda tiveram uma carreira significativa, de 1972 a 2006 e ao longo de 14 álbuns, sempre com os dois elementos base ao leme: Andy Partridge e Colin Moulding. 14 LPs se considerarmos os dois que lançaram como The Dukes of Stratosphear (mais vocacionada para sons psicadélicos).

Os XTC tiveram ainda um problema acrescido para a sua falta de reconhecimento público: a ausência dos palcos a partir de 1982, em função de um esgotamento sofrido por Partridge durante um concerto em Paris. A história tem factos rocambolescos, nomeadamente o cancelamento em cima da hora de um concerto em Los Angeles, no Hollywood Paladium à pinha, por paralisia nervosa das pernas de Partridge, facto que parece ter sido espoletado por a sua mulher ter deitado fora os Valium que lhe tinham sido prescritos desde a adolescência e que o ajudavam a ultrapassar o "medo do palco". Os XTC passaram, a partir daí, a ser exclusivamente uma banda de estúdio, o que certamente não ajudou ao seu maior reconhecimento.

Buffalo Man.

Jamiroquai lançou um novo trabalho este ano, o oitavo álbum de estúdio do "space cowboy", a apresentar aos portugueses durante o descaracterizado Altice Sudoeste, o primeiro grande festival de música internacional a realizar-se em Portugal com alguma sequência (louve-se naturalmente Paredes de Coura e Vilar de Mouros, mas neste último houve alguma descontinuidade temporal, enquanto no primeiro os nomes das primeiras edições eram essencialmente de bandas portuguesas).

A recepção a este "Automaton", homónimo ao single que vos proponho, tem sido mista: muita gente a louvar, muita gente a deitar abaixo. Pessoalmente nunca fui um grande adepto do Jamiroquai, mas confesso que não vejo nada de mal num artista reinventar-se. Deixou de fazer tanto disco-funk como anteriormente, enveredando mais por sons electrónicos? Que bom, seja bem-vindo. E também não é verdade que o som do artista se limitasse ao funk que lhe associamos. Basta ouvir a sonoridade de "Deeper Underground".

E não, ainda não é hoje que publicamos o "Despacito". Voltem amanhã, que talvez...



sexta-feira, 2 de junho de 2017

O castigo que merecemos.

Ora aqui está um regresso que gera consenso entre os donos deste estaminé!

Os ingleses Orchestral Manoeuvres In The Dark vão lançar um novo álbum dia 1 de setembro, o décimo terceiro de uma respeitável carreira que começou há trinta e sete anos. O novo trabalho tem o apropriado nome de "The Punishment of Luxury" e o primeiro single é este kraftwerkiano "Isotype".

Ora tomem lá, que nós só fazemos isto para o vosso bem!

Tudo agora. Ou talvez não.

"Everything Now" é o título do quinto de álbum de originais dos norte-americanos/canadianos Arcade Fire. A banda deu corda aos sapatos e já anda na estrada a promover o novo trabalho, iniciando a tour com dois concertos (ontem e sábado) no Primavera Sound de Barcelona. Para já conhecemos o single homónimo que tem divido opiniões na internet, tal como por aqui: o Dj Bruto detesta e detestará tudo o que esta trupe fizer, o Dj Ruto gosta. Mas também não está maravilhado.

O vídeo é de The Sacred Egg.

Zooooooooooooooot!

No próximo dia 16 é lançado "Absence", o regresso aos álbuns dos Zoot Woman, o quinto da carreira destes electrónicos britânicos.

Como ávidos consumidores de tudo o que é Zoot, temos a expectativa em alta, que é mantida pelo single de avanço, este "Solid Gold". Falta só o concerto em Portugal!!

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Bodas de ouro!

Por estes dias comemora-se os 50 anos da edição de um dos discos mais importantes da história da música. Lançado a 26 de Maio de 1967 no Reino Unido e a 2 de Junho de 1967 nos EUA, "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" foi um marco indelével na vida de muitos que viveram nos 60, 70 e, ainda hoje, é pedra fundamental e influência de muitos músicos que prezam a boa música.

Sobre os The Beatles e este álbum já muito se escreveu. A melhor forma de o comemorarmos é ouvir novamente esta peça brilhante, sendo que para atiçar a curiosidade deixo aqui este "Being for the Benefit of Mr. Kite!".

Outra viagem matinal.

Mantemo-nos pela Alemanha, desta vez para recordar um artista que sigo já há muito e que ainda não tinha tido oportunidade de colocar aqui no Duotron.

O primeiro álbum que ouvi do Ulrich Schnauss foi o "A Strangely Isolated Place", de 2003, ainda que desde 1995 ele tenha vindo a editar música sob diversos nomes, no caso apresentando-se como Police in Cars with Headphones e com o LP "Wegwerfgesellschaft". Mas voltando ao "A Strangely Isolated Place", o que mais me fascinou no álbum foi o novo impulso que permitiu trazer ao Ambient Techno, que começava a estar muito próximo da música de elevador ou de sala de espera de médico, afastando-se dos conceitos distintivos associados à experimentação e a editoras como a Warp, Planet E, Soma Quality Records ou artistas como Aphex Twin, Tetsu Inoue ou The Orb.

Fiquem com duas amostras do trabalho de Schnauss, a primeira "Goodbye", do álbum homónimo de 2007, e a segunda, "Monday Paracetamol", do tal "A Strangely Isolated Place".

Apenas como curiosidade, refira-se que Schnauss faz agora parte do colectivo... Tangerine Dream!




Um clássico moderno.

Vamos começar o dia e o mês com algo bonito e que nos anime para todas as agruras que se adivinham até às benditas férias.

"Says", do álbum de 2014 de Nils Frahm, compositor germânico já por aqui diversas vezes abordado pelo DJ Ruto e cujo trabalho merece uma visita com muita atenção. Piano clássico, Moog, Roland, Mellotron... tudo à mistura para dar tessituras fantásticas e cativantes.