terça-feira, 30 de maio de 2017

Analógico, sem dúvida!

Para quem tenha dúvidas sobre como soa (ou deve soar) um sintetizador analógico, aqui fica um exemplo. Estamos a falar, portanto, de manipulação directa de correntes eléctricas, processo diferente de uma música gerada através de computador ou de um sintetizador digital. E porque não utilizar a tecnologia digital, mais moderna, optando por algo que a investigação já tornou obsoleto? Porque é muito difícil conseguir reproduzir o timbre modelado analogicamente através de meios digitais. E daí que um sintetizador analógico tenha um som tão característico e (ainda) atractivo.

"Pathfinder", single do álbum "Contact" do Sven Vath, faixa produzida por Anthony Rother que insistiu na utilização do sistema analógico. Vocalização? Do próprio Sven Vath, que confesso que nem desgosto, apesar do sotaque cerradíssimo! Funciona bem e ajudou este álbum a tornar-se num clássico electro.

Vamos a la playa!

Ainda que os próprios não gostem de ser incluídos no grupo das surf band ou do surf rock, certo é que os The Ventures pavimentaram o caminho para muitos grupos que trilharam o caminho do rock associado à imagem do surf, cujo expoente máximo são provavelmente os The Beach Boys. Mas os The Ventures são reconhecidos por muitos outros motivos para além do apelido que lhes ficou colado: "The Band that Launched a Thousand Bands". São, na verdade, a banda instrumental com mais discos vendidos em todo o mundo, apostando num virtuosismo instrumental e experimentação com efeitos de guitarra que era bastante incomum à época (ou antes dela).

Este "Walk Don't Run" foi single do primeiro e homónimo LP da banda, editado através da extinta Dolton, hoje mais um nome esquecido no portefólio da gigante EMI, ela própria também fragmentada entre a Universal e a Warner. Numa altura em que o rock era pouco mais do que o Elvis Presley, o sucesso do álbum e da banda só reflecte a qualidade das músicas e, em especial, dos músicos. E é por isso que quase 60 anos depois ainda os ouvimos!

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Model X.

A Tesla Motors tem um modelo que, na minha opinião, é muito bonito: o X. É um SUV (como agora está na moda) eléctrico com 565 quilómetros de autonomia e que é, para além disso, extraordinariamente rápido, ao acelerar dos 0 aos 100 quilómetros por hora em apenas 3,1 segundos. É o avanço tecnológico a chegar finalmente à indústria automóvel, mais concretamente ao combustível que move as viaturas.

Por falar em modernidades, o vídeo para este "Fantasy", dos Tesla Boy, tenta demonstrar simplisticamente uma alteração comportamental cada vez mais comum, reflectida em vidas passadas em frente a um computador ou a sexo virtual. Parece que o contacto directo entre humanos cansa e que é preferível estar atrás de um ecrã a ver o mundo. Isso e a banalização do sexo, tal como também se banaliza um atentado terrorista islâmico: olha, foi mais um.

Do álbum "The Universe Made of Darkness", fiquem com este "Fantasy" e com um vídeo NSFW.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

The owls are not what they seem.

Rejubilai!
"Twin Peaks" está de volta!

A mítica série criada por David Lynch e Mark Frost regressou para a sua terceira temporada. Os ambientes estranhos e as narrativas bizarras de "Twin Peaks" sempre foram apoiados por uma banda sonora irrepreensível, a cargo de Angelo Badalamenti. E a aposta sonora para esta nova temporada começa muito bem, com o convite aos Chromatics, de Johnny Jewel, para comporem músicas para a série e fazerem uma perninha no final do segundo episódio, com a canção "Shadow". A canção é de 2015 e já tinha um sabor de tributo ao trabalho de Badalameti em "Blue Velvet" e em "Twin Peaks", lembrando a eterna Julee Cruise.

As novas músicas dos Chromatics para a banda sonora de "Twin Peaks" podem ser encontradas no álbum "Windswept", editado este mês.

O vídeo de "Shadow" foi realizado por Rene & Radka.

Defected.

A Defected Records é uma editora britânica independente, especializada em House Music, que ao longo dos anos tem lançado um sem número de artistas e singles com elevado sucesso. Do seu catálogo fazem ou já fizeram parte artistas como The Shapeshifters, Bob Sinclair, Miguel Migs ou Inner City.

Este "Need in Me", do DJ italiano Flashmob, foi mais um êxito para a editora. E percebe-se porquê: um House limpo, com uma parte de coro pequena e sem ser ostensiva, um loop da linha de baixo interessante e sem ser cansativo (por repetitivo), a construção típica de um clássico do género e sem soar demasiado a Ibiza.

No site da Defected há uma rádio onde podem ouvir mais algumas das coisas que a editora está a lançar:

http://defected.com/radio

terça-feira, 23 de maio de 2017

O Santo.

Bom, isto começa a parecer uma página de obituários, mas a série de mortes de músicos ou artistas que nos dizem algo tem sido sequencial e infelizmente a pouca forma que temos de os homenagear é recordando algum tema ou facto associado a eles.

Hoje foi a vez de Roger Moore, muito associado à personagem do James Bond mas, para mim, a figura perfeita para encarnar a personagem criada por Leslie Charteries no final da década de 20 do século passado: Simon Templar. "O Santo" foi uma série de enorme sucesso internacional, a que Portugal, apesar da ditadura que se vivia, não escapou.

Já a música que acompanha este post pertence à banda sonora do filme de 1997, realizado por Phillip Noyce e com Val Kilmer no papel principal. O filme é so so mas a BSO é fantástica, a começar pelo tema principal, a cargo dos Orbital.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

R.I.P. - XII-A

Porra, um gajo acorda e é logo martelado com uma notícia destas!!! Um tipo sabe que estas estrelas do rock raramente levam vidas regradas mas se o Mick Jagger e o Iggy Pop ainda cá andam, nada podia fazer prever que o Chris Cornell nos abandonasse assim tão repentinamente.

Com passagens pelos Soundgarden, Temple of the Dog e Audioslave, resta-nos homenagear um dos pilares do movimento grunge, detentor de uma fantástica e inconfundível voz. Sad day.



R.I.P. - XII

Faleceu Chris Cornell.

Tinha 52 anos e suicidou-se por enforcamento. Recordamos hoje uma das melhores vozes a sair da cena grunge da década de 1990, através das três bandas que o norte-americano ajudou a imortalizar: Temple Of The Dog, Soundgarden e Audioslave.





quinta-feira, 11 de maio de 2017

Os fabulosos irmãos Gonzalez e Cocker.

É um dos discos mais surpreendentes e bonitos a chegar-nos às mãos nos últimos tempos. Chama-se "Room 29" e junta duas personagens únicas, Chilly Gonzalez e Jarvis Cocker, e é editado pela Deutsche Grammophon. Parece estranha esta mistura de dupla e editora, mas faz todo o sentido a partir do momento que a agulha toca no disco.

What if a hotelroom could "sing" of the life stories and events it had witnessed? Intrigued by that question, Canadian pianist and composer Chilly Gonzales and Pulp frontman Jarvis Cocker conjure up the lifes of previous occupants of Hollywood's Chateau Hotel Marmont. Many infamous and famous guests like actress Jean Harlow or Mark Twain's daughter Clara inhabited the hotel's room 29. Thus, the Deutsche Grammophon album appears as a 21st-century song cycle about glittering fantasy and often bleak reality of Hollywood and at the same time as metaphor for a place within each of us, home to our deepest desires and fantasies.

O senhor Cocker é também o responsável pela realização dos vídeos.







quarta-feira, 10 de maio de 2017

Mutações.

O álbum chama-se "No Shape" e é o terceiro de originais na carreira do norte-americano Mike Hadreas, mais conhecido por Perfume Genius. "Slip Away" e "Die 4 You" são os cartões de visita do novo trabalho, que é um disco a ter (muito) em conta!

"Slip Away" foi realizado por Andrew Thomas Huang, habitual colaborador de Björk, e "Die 4 You" por Floria Sigismondi, a conhecida fotógrafa/realizadora italiana, responsável por (excepcionais) vídeos de David Bowie, Marilyn Manson, Tricky, Sigur Rós, entre outros, e pela realização de "The Runaways", de 2010, e de estar envolvida na realização de episódios de séries televisivas que têm dado que falar: "Daredevil", "The Handmaids Tale" e "American Gods".





Movimentos desconcertantes. - III

Continuamos a acompanhar a epopeia sonora e visual de "Migrations", o último álbum do britânico Simon Green, mais conhecido por Bonobo. O novo single é este "Bambro Koyo Ganda", que conta com a participação da projecto musical marroquino Innov Gnawa.

Mais um grande vídeo, desta vez a cargo do colectivo sueco Stylewar.

terça-feira, 9 de maio de 2017

Versões - LXVII

E esta porque não há hipótese de deixar passar, até porque estou farto de aturar pessoal que diz que esta música é do Gary Jules. Não só não é como a versão dele é uma porcaria. Lixo. Fiquem com o original e se quiserem ir ouvir o Jules procurem no youtube ou liguem-se ao vómito da Rádio Comercial.

Versões - LXVI

Em 1990, os Saint Étienne fizeram uma versão de "Only Love Can Break Your Heart", cujo original de Neil Young data de 1970. A canção fez parte do primeiro LP da banda, "Foxbase Alpha" e foi, até à data, um dos seus maiores sucessos. A voz do single ficou a cargo de Moira Lambert (que por sinal nem é a rapariga no vídeo, visto ter recusado participar no mesmo), membro provisório dos Saint Etienne até à entrada permanente de Sarah Crocknell.

Esta é, aliás, uma música que já teve muitas covers, desde os Everlast aos Florence and The Machine, passando por Natalie Imbruglia ou os The Corrs.



E agora a versão do Neil Young:



Curiosamente, o outro grande sucesso da carreira dos Saint Étienne é mais uma versão, desta vez de um tema de Étienne Daho, single de 1984 para o álbum "La Notte, la Notte". Já o tema dos Saint Étienne fez parte de um best of da banda, "Too Young to Die – Singles 1990–1995", sendo que Daho não só aparece no vídeo como ainda vocaliza uns ditos em francês numa secção a meio da canção.



E, claro, o original do Étienne Daho:



Para 2017 os Saint Etienne têm novo álbum, a lançar a 2 de Junho, sendo o single de promoção este "Heather", o qual não é particularmente excitante...

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Sonhar com o passado.

Os LCD Sound System de James Murphy têm duas músicas novas, "Call The Police" e o belíssimo "American Dream".

Entre o pulsar do primeiro tema e as camadas (e camadas) de sintetizadores analógicos da segunda, somos transportados para o universo Orchestral Manoeuvres in the Dark, da fase "Architecture & Morality". Sim, são 36 anos de distância entre "Souvenir" e este sonho americano, mas com esta qualidade sonora, até parece que Murphy contou com Andy McCluskey e Paul Humphreys no estúdio de gravação.

Aqui ficam os dois temas, ainda sem vídeos oficiais, mas com um pequeno bónus: uma actuação ao vivo de "American Dream", no Saturday Night Live.






sexta-feira, 5 de maio de 2017

De abalada para o fim de semana.

"Nuits Sonores", grande tema dos Floating Points, projecto do inglês Sam Shepherd, a levar-nos calmamente para um fim de semana que se deseja solarengo e descansado.

Dance on!

3 em 1.

Acho que já por aqui referi que, para mim, "Dare" é um dos melhores álbuns da História. Se é o décimo, o décimo primeiro ou ou quinquagésimo isso é-me irrelevante. É um álbum fantástico e que marcou uma geração e o que de bom se fez a seguir.

Mas se o meu apreço pelos Human League é enorme, o mesmo poderei dizer dos Ultravox. A questão é que com os Ultravox não tenho um álbum preferido e considero mesmo que nenhum deles, visto como um todo, é suficientemente forte e, desse modo, ao nível do "Dare". Na verdade, a qualidade dos Ultravox espalha-se por todos os álbuns da banda, sempre com três ou quatro músicas fantásticas em cada nova edição.

Diga-se ainda que prefiro igualmente a segunda fase da banda, já após a saída do John Foxx e do Robin Simon, ainda que "Systems of Romance" seja, sem dúvidas, um grande álbum. E é dessa segunda fase este "The Voice", um dos singles do LP de 81, "Rage in Eden".

"The Voice" teve dois vídeos diferentes: um com a banda num quarto, posicionados de um modo pouco natural; o outro, um pouco mais elaborado, com cenas de guerra e Midge Ure como soldado. Ficam os dois vídeos, assim como uma apresentação de "The Voice" ao vivo na década de 80.





quinta-feira, 4 de maio de 2017

Vontade não falta.

De levar à letra o título do novo single dos The Golden Filter, "Now We Get Lost". O duplo álbum chama-se "Still // Alone" e é editado pela escocesa Optimo Music. A banda também foi responsável pelo vídeo.


Versões - LXV

Em 1997, os U2 fizeram uma versão para este clássico dos M, "Pop Muzik". A canção serviu como tema de abertura da Popmart Tour e apresenta um pitch mais acelerado e uma utilização mais intensa de sintetizadores.



Já o original, gravado por M em 1979, foi um sucesso comercial na Europa e nos EUA. Lançado como single do álbum "New York • London • Paris • Munich", foi o maior sucesso da carreira de Robin Scott, que ao todo, entre 1979 e 1984, editou quatro álbuns.

O vídeo, que também teve muito sucesso na altura, foi realizado por Brian Grant.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

20 anos depois.

Concerto ontem à noite dos Placebo no Coliseu de Lisboa, em comemoração dos 20 anos de carreira. Sala à pinha, muito calor, algumas lágrimas de um público fiel, que demonstrou saber as letras até das músicas menos conhecidas do alinhamento apresentado.

O Blitz apresenta a reportagem do concerto aqui.

Foi o meu terceiro concerto dos Placebo, o segundo no Coliseu de Lisboa. Trouxe boas recordações, suportadas num som muito bem trabalhado, com qualidade, ainda que sem surpresas. O destaque foi verdadeiramente a banda que fez a primeira parte: os Digital 21 + Stefan Olsdal (que, para quem possa não saber, é o baixista/guitarrista dos Placebo). Projeto recente, que junta Olsdal a Miguel Mora, um pioneiro da música electrónica espanhola, demonstrou ter pernas para andar, com um som híbrido entre clássico, electrónico e rock que funcionou muito bem.